sexta-feira, março 31, 2006

RAIO X RAIO X RAIO X RAIO X

■ Pelo andar da carruagem, prefeitos e governadores devem ficar longe das empresas que cuidam da coleta de lixo e varrição de ruas. O problema do ex-ministro Antonio Palocci começou quando o Ministério Público de São Paulo passou a investigar as relações entre a Prefeitura de Ribeirão Preto e a empresa Leão & Leão, que cuidava da “limpeza” daquela cidade do interior paulista. A revelação, por um corretor de imóveis, de que a empresa também pagava o aluguel do casarão do Lago Sul de Brasília, aumentou as suspeitas quanto às relações entre Palocci e a empreiteira.
■ Também as empresas envolvidas na coleta de lixo na Baixada estão sendo investigadas, desde 2000, pelo Ministério Público, havendo, inclusive, uma Ação por improbidade administrativa e fraudes à lei de licitações, onde são co-réus o ex-prefeito Zito, seu irmão Waldir e uma penca de servidores da prefeitura, que ocupavam cargos de Secretários. A ação está na 4ª Vara Cível.
■ Agora são as cartas que Garotinho despachou para eleitores de São João de Meriti, em 2004, ameaçando suspender as obras em andamento no Município se o seu candidato, Uzias Mocotó, perdesse as eleições. Essas cartas serão utilizadas pelo Ministério Público Eleitoral para tentar cassar o mandato do prefeito do PMDB. O MP investiga, inclusive, se a empresa prestadora de serviços à Prefeitura teria financiado a confecção e postagem dessas cartas.
■ Em São João de Meriti também estão sob investigação do Ministério Público as relações entre políticos e empresas de coleta de lixo, que estariam por traz do assassinato do Subsecretário de Administração, fuzilado poucos dias depois de anunciar a sua disposição de promover uma licitação, a sério, para a contratação de uma nova empresa para fazer a varrição das ruas e a coleta do lixo. Quem denunciou o esquema fraudulento na prefeitura de Meriti foi um empresário que perdera a licitação. Depois da denúncia, ele fugiu para Portugal.
■ Na queda de Vargas, em 1954, o principal argumento da oposição foi o crime da Rua Toneleros, onde os homens da guarda pessoal do Palácio do Catete tentaram calar a tiros o jornalista Carlos Lacerda e acabaram matando o major da Aeronáutica Rubens Florentino Vaz, crime que desencadeou a ”República do Galeão”, uma rebelião do alto comando da FAB contra Getúlio.
■ Para tentar justificar o injustificável - a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro - a senadora Ideli Salvatti, líder do PR no Senado, disse que o partido apelou à Justiça para impedir o depoimento do caseiro, por temer que as declarações do rapaz afetassem a vida conjugal do Ministro da Fazenda. Revelar que o caseiro não fora reconhecido pelo pai biológico não afetou nem a vida pessoal do caseiro, muito menos do suposto pai?
■ Por muito menos, um deputado americano pegou oito anos de cadeia. O seu crime foi embolsar dois milhões de dólares de ajuda não contabilizada de campanha. Lá, nem a Câmara teve coragem de barrar o processo, que tramitou tranquilamente na Justiça local.
■ Servidor da Prefeitura que não reze pela cartilha do Bispo Paulo Rodrigues, da Igreja Universal, que substituiu o também bispo e ex-deputado Eraldo Macedo na Secretaria de Habitação, deve procurar uma outra secretaria (ou será Freguesia?). De preferência, a que tenha um agnóstico como titular. Na Habitação, só os fiéis seguidores do Bispo Edir Macedo.
■ Metade dos orelhões instalados na Praça Roberto Silveira continuam mudos e surdos. O curioso é que o local, além do policiamento da Guarda Municipal, é vizinho da 59ª DP e da Justiça Federal. Mesmo assim, os vândalos continuam agindo livremente.
■ O IPMDC aproveitou a realização do projeto “Governo em Casa”, realizado no Parque Lafaiete, para apresentar a nova UTI - Móvel recém adquirida e que será utilizada no transporte de servidores e seus dependentes. Com a crise geral na saúde, é mais negócio comprar ambulâncias e levar os pacientes para outras cidades.
■ A falta de recursos para a assistência médica dos servidores é tal que o IPMDC já limitou o número de exames que cada clínico pode solicitar por mês. Com uma verba de R$ 275 mil por mês, alguns exames, como o eco doppler, fundamental para os cardiopatas, está sendo marcado para até 60 dias da data da solicitação pelo cardiologista. Se não morrer até lá, o paciente terá condições de saber como anda o seu coração.
■ Atualmente, o comando do IPMDC está nas mãos de um (excelente) advogado e de um arquiteto. Para a direção do IPMDC, internar ou não um paciente não é mais uma questão de saúde pública, mas de “Caixa”.
■ O poeta Afonso Romano de Sant’Anna confirmou presença num encontro com leitores na Biblioteca Leonel de Moura Brizola, do Centro Cultural Oscar Niemeyer, na Praça do Pacificador. O evento será no próximo dia 27, quando ele vai conversar com autores locais, estudantes e autoridades da área de cultura.
■ O ainda governador Geraldo Alckmin demitiu o seu assessor de imprensa, que usava verbas da “Nossa Caixa” para pressionar veículos de imprensa e conseguir, sempre, noticiário favorável ao governador. O (mal) exemplo passou a ser um padrão das Assessoras de Comunicação desde a época da Ditadura. As verbas dos órgãos públicos só chegavam ao “Caixa” dos veículos considerados bonzinhos pelo Governo.
■ A celeuma em torno das 10 mil obras anunciadas, efusivamente, pela governador Rosinha Garotinho surgiu exatamente da manipulação da Secretaria de Comunicação como forma de “amaciar” jornais, rádios e TVs. Como nem sempre o Departamento Comercial (que “aceita” opiniões) e a Redação (que opina, de verdade) têm alguma subordinação, a qualquer momento alguém, que não ficou satisfeito com a partilha do “bolo oficial”, acaba pulando fora do barco e denunciando a maracutaia.
■ As verbas de publicidade da Visanet, controlada pelo Banco do Brasil, por exemplo, eram utilizadas para ajudar deputados e senadores a pagarem suas “contas de campanha”. A conta acabava sendo paga por quem precisa pegar empréstimos no BB, na Caixa e em outras instituições controladas pelo governo, qualquer governo.